quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Um anjo saltitante

É como diz a Tati Bernardi: publicar um texto é um jeito educado de dizer “me empresta seu peito porque a dor não tá cabendo só no meu”. 
Hoje, de luto, essa frase parece fazer mais sentido, dando uma ênfase ao que sinto.
Até ontem, eu não conseguia escrever, ainda era pertubador, doloroso. Pra ser sincera ainda é, tento me conformar meio relutante com a perda de uma amiga, mas Deus vem me confortando e eu tenho o consolo de saber que ela não sofre mais, que tá junto ao Grande Arquiteto do Universo, que agora é um anjo olhando -talvez aliviada- pra nós. Mas não posso deixar de mencionar que ela já era um anjo enquanto esteve aqui. Um daqueles sorridentes (de gargalhada barulhenta), com a pureza e leveza de uma criança, com direito a cachinhos dourados e tudo mais.
Lorena Larry teve um amadurecimento precoce, me lembro bem que, aos 14 já era adulta sem deixar de ser menina, era sábia, poetisa, culta, tinha bom gosto pra tudo, determinada, brigava pra conseguir alcançar os seus ideais, uma guerreira nata que irradiava luz por onde passava. Garota de Fé, capaz de converter qualquer ateu. Que não deixou de acreditar até o último segundo.
Era meio marrenta, braba, não se deixava influenciar, mas isso só fazia dela uma criatura singular, completamente única, de caráter e personalidade.
Divertidíssima, contagiava qualquer um com aquele alto-atral, com aquela arte toda. Um anjo saltitante.
São perdas como essa que chego até a questionar a vontade de Deus, mas Ele sabe de todas as coisas e disso não posso duvidar, não posso intervir.
Lorena foi um exemplo, um suficiente pra nos fazer refletir sobre nossas atitudes, sobre nossas reclamações e insatisfação constante, suficiente pra aprendermos a valorizar o que temos e aproveitar intensamente esse bem que Deus nos deu: a vida!

As saudades serão eternas, você se foi sabendo que é muito amada, não só por mim mas por uma legião de amigos.
Vou te levar comigo pra sempre.

|Crisane Farias

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